Mitos e Verdades sobre câncer de mama
Reportagem com o Dr. Sergio Masili no Portal UOL
Histórico na família aumenta muito o risco de câncer de mama?
PARCIALMENTE VERDADE
Quando se tem histórico de câncer de mama na família, ainda mais em parentes próximos como mãe ou irmã, as chances de se desenvolver a doença são muito maior, porém isso acontece em uma parcela muito pequena da população. "A maior parte dos casos de câncer de mama não tem componente hereditário nenhum, acontecendo por simples mutação genética. Apenas uma minoria - cerca de 8% - vai carregar essa herança", afirma Sérgio Masili, mastologista do Instituto do Câncer de São Paulo e da Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
Fumar favorece o aparecimento do câncer de mama.
VERDADE
Já foi comprovado através de diversos estudos que o cigarro possui substâncias cancerígenas, sendo fator de risco não apenas para o câncer de mama, mas para vários outros tipos da doença. "O tabagismo pode interferir na mutação genética, o que favorece o aparecimento do câncer de mama, sendo um fator de risco importante especialmente para o câncer de mama masculino", aponta Sérgio Masili, mastologista do Instituto do Câncer de São Paulo e da Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
Consumo exagerado de bebidas alcoólicas pode influenciar no desenvolvimento do câncer de mama.
VERDADE
Exagerar frequentemente ou consumir cronicamente bebidas alcoólicas são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama. "O etilismo leva a uma alteração na função hepática e aumenta a circulação dos hormônios femininos, inclusive em homens, aumentando a chance de se desenvolver a doença", alerta Sérgio Masili, mastologista do Instituto do Câncer de São Paulo e da Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
Amamentar protege os seios contra o câncer de mama?
PARCIALMENTE VERDADE
O que acontece na verdade é que quando a mulher está amamentando sua produção hormonal diminui. Ficando menos exposta aos hormônios, o risco de desenvolver câncer de mama também diminui. "Realmente há uma diminuição de incidência de câncer de mama em mulheres que amamentaram, especialmente quando amamentam por um tempo maior. No entanto é preciso alertar que isso não torna a mulher imune à doença", aponta Sérgio Masili, mastologista do Instituto do Câncer de São Paulo e da Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
Praticar exercícios físicos regularmente previne a doença?
VERDADE
Na verdade o que acontece é que os exercícios físicos são muito eficazes no controle do peso, diminuindo a gordura corporal e, desta forma, diminuindo a produção de hormônio e o risco de câncer. "O sobrepeso aumenta risco de câncer de mama, então tudo o que se fizer para combater isso vai ter uma vantagem na prevenção da doença. Mas isso deve estar associado a uma dieta rica, com redução de gordura, e também à perda de peso", explica Sérgio Masili, mastologista do Instituto do Câncer de São Paulo e da Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
Dor nas mamas é sinal de câncer?
MITO
O principal sintoma é o nódulo (caroço) que aparece nas mamas, que pode ou não ser acompanhado de dor. Além disso, podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou aspecto enrugado semelhante à casca de laranja, e até mesmo secreção no mamilo. Mas, na maioria dos casos, a dor nas mamas é apenas sinal de alterações benignas causadas pelas oscilações hormonais
Desodorantes e antitranspirantes podem causar a doença?
MITO
"O uso de cosméticos nas mamas ou nas axilas não interfere no aparecimento da doença", afirma Sérgio Masili, mastologista do Instituto do Câncer de São Paulo e da Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). No caso dos desodorantes e antitranspirantes o mito se espalhou devido à alta incidência de câncer de mama nessa região, mas isso acontece devido a maior concentração de tecido glandular desse local
Homens não têm câncer de mama?
MITO
Apesar se ser mais raro, o câncer de mama também pode afetar os homens. Nos homens, além de fatores genéticos e hormonais, o abuso de bebidas alcóolicas e o tabagismo são os principais fatores de risco para os homens. Além disso, o câncer de mama masculino tem uma complicação: porque muitas pessoas acreditam que a doença é exclusivamente feminina, o diagnóstico é feito tardiamente, quando a doença já está avançada e o tratamento é mais complicado
Fonte: Reportagem - Portal UOL